Este Blog destina-se à divulgação de trabalhos, notícias e outros textos relativos à toponímia das artérias de diversas localidades, nomeadamente de Loulé e da restante região do Algarve. Pretende-se assim, através da toponímia, percorrer a memória das ruas, largos, avenidas, ingressando na história e património das urbes.


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Rua Maria Isabel Duarte Pacheco – Bensafrim

A Vila de Bensafrim conta com mais uma designação toponímica. A placa descerrada no dia 28 de Agosto de 2010, constituiu uma singela, mas sentida, homenagem a Maria Isabel Duarte Pacheco, uma filha de Bensafrim relembrada por todos os presentes como uma pessoa dinâmica, curiosa, de mentalidade avançada para a sua época, mas que, acima de tudo, gostava de fazer o bem e de ajudar quem mais precisava.


Maria Isabel Duarte Pacheco

Maria Isabel Duarte Pacheco, nasceu a 25 de Abril de 1897 e faleceu em 30 de Junho de 1997. Conhecida em Bensafrim como D. Pachequinha, foi filha única de José Vicente Pacheco (Júnior) e de Maria Isabel Duarte, proprietários e lavradores abastados. Desde a infância, acompanhava o pai na direcção e administração dos trabalhos agrícolas tornando-se, com o tempo, uma profunda conhecedora da terra e dos seus métodos de produção. Amava a terra, conhecia e respeitava os seus ritmos, maravilhando-se permanentemente com o desabrochar cíclico da natureza. Geria-a com harmonia, tenacidade e eficiência e, na hora da partilha dos seus frutos, fazia-o com justiça e generosidade para aqueles com quem a vida era menos benigna.

Jovem, recém-casada, partiu com o marido para Angola, por motivo da carreira militar deste. No entanto, não se limitou ao papel de mãe e mulher do Administrados do Concelho, pois interveio com o seu saber e conhecimento, em prol da melhoria da qualidade de vida das populações, cuja cultura admirava e respeitava, sendo que lhe retribuíam do mesmo modo. Regressada de Angola para Bensafrim, retomou as suas funções de administração das propriedades. No fim da sua vida, com menos saúde e autonomia, viveu em Faro, feliz mas ansiando pela chegada do Verão, que poderia passar em Bensafrim, que vivia no seu sangue, e onde repousa desde 30 de Junho de 1997.

Foi durante a sua vida, e até ao fim desta, uma senhora de princípios e valores, curiosa e atenta ao que se passava no Mundo, de atitude suave e naturalmente empática, mas pertinaz nas suas convicções e persistente na transmissão desses princípios aos seus descendentes.

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